sexta-feira, 13 de julho de 2012

Processos & Sequestros Judiciais Sofridos Por Pasolini

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Desde o início de sua carreira como diretor de cinema, Pier Paolo Pasolini (1922-1975), nascido na Bolonha-Itália, sofreu sistemática e implacável perseguição de todo tipo de censores. Logo em seu primeiro filme, "Accatone" (1961), onde é narrado o drama de um desempregado que arma expedientes para sobreviver nas favelas de Roma, o cineasta foi alvo do primeiro processo que moveram por obscenidade e ultraje aos bons costumes. Ele foi combatido tanto pelos que lhe condenavam as formulações estéticas e políticas quanto por aqueles que o condenavam por sua assumida homossexualidade.

Outros processos e sequestros judiciais de filmes vieram por conta do episódio "A Ricota" (do filme "Rogopag"), "Decameron", "Os Contos de Canterbury" e, sobretudo, por "Teorema" (1967), ainda hoje considerado o protótipo de filme "maldito" e injustificavelmente marginalizado até mesmo nas mostras respectivas da obra do mais controvertido diretor europeu. A trama de "Teorema" tem como personagem principal "o visitante", ou "o anjo" (magnificamente interpretado pelo ator Terence Stamp), insólita figura que se relaciona com todas as pessoas de uma casa, do chefe da família à criada, fazendo vir à tona todas as suas hipocrisias, contradições e conflitos.

Outra das criações de Pasolini a despertar intensas polêmicas é "O Evangelho segundo São Mateus", no qual ele propõe, com maestria, a fusão entre conceitos marxistas e cristãos. Sobre essa proposta, declarou o cineasta: "Para os soldados de Herodes, pensei na corja fascista. José e a Virgem Maria tiveram como modelos os refugiados de tantos dramas análogos do nosso mundo moderno".

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